sábado, 27 de outubro de 2007

Rótulo uma arma de informação?

O rótulo de um produto alimentar pode ser uma boa ferramenta para o consumidor quando este pretende saber mais acerca do valor nutricional do mesmo. No entanto, muitos não sabem interpretar a informação exposta no rótulo. O nutricionista poderá desempenhar um papel fundamental na aprendizagem dessa interpretação, mas esta iniciativa, para ter mais impacto, deveria brotar do próprio consumidor. Muitas indústrias ja disponibilizam nos seus rótulos informação complementar e de fácil leitura, no entanto, o consumidor continua a ignorar os rótulos (ver notícia).

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Uma profissão com futuro

Num país onde 53,4% dos habitantes adultos e 30% das crianças têm excesso de peso, o essencial é aprender a comer e a conhecer os alimentos. O nutricionista, como profissional de saúde especialista, poderá ser a “chave” nesta aprendizagem e educação acerca dos benefícios da alimentação saudável ao longo da vida do indivíduo. Nos dias de hoje, assiste-se a uma valorização crescente do papel do nutricionista e o reconhecimento da sua importância na sociedade também está gradualmente a aumentar.
Apesar de ter maior impacto aos olhos da população o papel do profissional nas consultas de nutrição, quer seja em clínicas privadas, hospitais e centros de saúde, o seu campo de actuação passa já por uma diversidade de áreas. Esta profissão ainda jovem, mostra já sinais de amadurecimento ao ser reconhecida tão precocemente a sua importância em muitos órgãos de decisão e consulta, nomeadamente na aérea da Saúde, Educação, Indústria e Segurança Alimentar. É importante salientar que a nutrição, como ciência que é, necessita de uma contínua busca de conhecimento e investigação incessante. Também neste percurso a intervenção do nutricionista se torna uma peça essencial na construção de um saber com um futuro cada vez mais promissor. Assim, esta profissão representa um constante desafio e contribui de forma activa para uma sociedade mais informada sobre nutrição, uma área por excelência na promoção da saúde, onde o conhecimento científico representa a garantia das suas premissas.

A Nutrição como ciência que é!

Não são receitas milagrosas típicas da medicina tradicional – é ciência e há vários estudos que o comprovam! Mas se ainda existe dúvidas sobre o que uma alimentação adequada pode fazer para evitar uma série de doenças, basta aceder às conclusões da Organização Mundial de Saúde (OMS): 5,3 milhões de mortes poderiam ser evitadas todos os anos unicamente com base na alimentação e sem recursos a injecções, antibióticos ou comprimidos.
Obviamente que não basta comer de forma saudável para ter uma ficha clínica impecável, exibir uma pele perfeita ou passar pela gravidez sem nenhum percalço. Até porque a poluição, o estilo de vida, a predisposição genética e a falta de exercício físico também têm influência no processo. Mas a verdade é que ajuda! Embora muitos ainda associem a má alimentação apenas ao excesso de peso, de facto, o problema pode ter outras consequências negativas, pois comer apenas alimentos processados, sem vitaminas, minerais e outros nutrientes, afecta o sistema nervoso, o humor e a energia. Além de serem úteis no combate ou na prevenção de doenças, os alimentos também devem ser consumidos consoante as várias fases da vida – da infância à velhice!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Polémica funcionalista ou estruturalista?

Uma marca francesa utilizou para publicitar a sua água a comparação com a água da torneira. E daqui nasceu uma enorme polémica entre a marca “Cristaline” e várias organizações, nomeadamente, a CFDT (confederação francesa democrática do trabalho). Segundo a CFDT “a água é provavelmente o produto alimentar mais controlado em França, quer engarrafada ou da torneira e qualquer que seja a sua origem, subterrânea ou de superfície” e neste sentido esta abordagem publicitária põe em causa “não somente os organismos públicos que controlem permanentemente a qualidade da água distribuída, mas também os trabalhadores das empresas privadas ou municipais que 24h por dia (…) trabalhem para cada cidadão, qualquer que seja o seu local de habitação, para ter uma água de qualidade”. Apesar da aborgem ter suscitado polémica podemos observar, nesta publicidade, uma corrente talvez mais funcionalista centrada na relação causa-efeito e custo-benefício, no entanto, esta não foi utilizada da melhor forma. Neste sentido, será bom recordar que a comunicação é um veículo de forte impacto e por isso devemos utiliza-la de forma adequada e justificada para prevenir eventuais incidentes. Todos comunicamos mas nem todos sabemos comunicar correctamente!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Corrente Estruturalista vs Funcionalista

Numa sociedade onde se comunica tanto sobre alimentação, podemos distinguir duas correntes. Uma estruturalista onde os comportamentos alimentares são modelados e controlados por razões culturais e sociais e outra mais funcionalista onde através de relações causa-efeito ou custo-beneficio se justifica determinados comportamentos alimentares.
E como se identifica tais correntes na comunicação? É muito simples, na televisão, na Internet ou em revistas somos bombardeados por anúncios que nos publicitam uma marca, um produto ou os benefícios de um determinado alimento. Numa corrente completamente funcionalista e com o intuito de promover o consumo de leite a Fenelac desenvolveu um conjunto de iniciativas onde se relaciona os benefícios do leite para a saúde. Na perspectiva de cuidar do coração, a Danacol utilizou este conceito de uma forma simples, no entanto, muito funcionalista. A outra corrente é utilizada por várias marcas que se associam a figuras públicas e, neste contexto, não importa o beneficio mas sim o despertar de novas sensações aliado ao prazer, diversão e degustação (Sumol, Nespresso). E entre estas duas correntes existe uma combinação , onde dessa mistura resulta um conceito mais apelativo e equilibrado, tornando assim mais fácil a transmissão da mensagem (Powerade).

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Porque se comunica tanto sobre alimentação?

Actualmente, assiste-se à crescente preocupação com a qualidade de vida e melhoria do estado de saúde. Neste sentido, com vista a diminuir o risco de doenças associadas à alimentação, verifica-se uma busca intensa de conhecimento pela comunidade cientifica. Existe, também, a necessidade de transmitir esta informação de uma forma mais simplista, uma vez que as percepções entre leigos e especialistas são muito diferentes. É possível observar esta tendência em revistas, jornais, indústria alimentar, entre outros, em que se pretende informar e/ou desmistificar o mundo complexo que gira em torno da alimentação. Tudo isto constitui uma catapulta para a crescente comunicação sobre este tema.

Mas afinal porque se comunica tanto sobre alimentação?

Fala-se, discute-se, argumenta-se tanto a favor e contra os alimentos, dietas, sabores, prazeres e pecados na alimentação. Mas será esta área tão banal, capaz de se deixar ludibriar com tamanhos mitos obscuros? De facto, o segredo estará na ampla capacidade do ser humano em comunicar acerca desta tão popular “ciência do sabor”. Diariamente, os media invadem páginas de jornais, canais de televisão, olhos e ouvidos da população mundial em que mesmo os mais desinteressados acabam por deixar que a matéria noticiosa não passe com indiferença. Alternando entre o bem e o mal da alimentação, propagam da forma mais simplista a informação, traçando premissas que só os mais críticos lhes apontarão defeitos e virtudes. Urgente será abandonar ideais estampados nestes meios de comunicação fácil e tentar pensar, relacionar, articular e comunicar realmente sobre conceitos que fazem a diferença e tornam a alimentação um território tão rico.
A preocupação em comer bem e melhor cresce a olhos vistos, mas a educação para tal não se adquire de repente e apenas porque o médico alertou ou viu na TV um corpo esculpido cheio de sucesso, mas quiçá pobre em saúde. Comunicar sobre alimentação apenas será uma mais valia quando os conceitos de nutrição e bem-estar forem intrínsecos ao ser humano e deixarem de ser meros desejos esporádicos e pouco consistentes. A nutrição desempenha um papel importante na vida das pessoas, não só pelo prazer e laser social que representa, mas também pela influência cada vez maior na saúde. Comunicar nesta área representa para alguns um desafio diário constante e para outros um espaço que insistem procurar, embora nunca o cheguem a encontrar na realidade.